Podemos tirar alguns pontos a serem discutidos do Match entre Anand e Kramnik pela disputa do Campeonato do Mundo 2008. Um deles é a total falta de consideração da mídia brasileira que se quer, comentou o início, ou andamento ou término do evento. Não houve comentário em Telejornais ou programas esportivos ou algo similar. Dos grandes portais de informações, como o G1, Uol, Yahoo, Msn, entre outros tantos, NADA!. O grande "onisciente", Portal de Notícias da Globo, o G1, preferiu dar ênfase ao campeonato de corrida de esposas a comentar sobre o match. Bem, tal descrédito não tem sentido. Muitos alegam que xadrez é chato e por isso não se tem audiência, mas xadrez é o 2º maior esporte em número de filiados (A FIDE só fica atrás da FIFA!)
Isso não importa, para a mídia não existe espaço para o xadrez. E isso torna o trabalho de divulgação do mesmo muito cansativo, pois nem todas as pessoas concordam com a quantidade e qualidade dos benefícios que o xadrez pode trazer. Ao contrário do Futebol "que toda hora passa na TV". E pior, alguns canais preferem mostrar campeonato de pôker. Nisso, não há mais nada para comentar...
O segundo ponto a ser discutido, e esse aqui merece séria atenção de todos os enxadristas, é o fato de como 1.e4 não tem sido muito escolhido para matchs. Desde Capablanca a abertura predominante era típica do 1.d4. Algum tempo depois entrou a moda da Reti ( 1.Cf3) e Inglesa (1.c4), muito utilizada, por mestres como Smyslov e Karpov, dentre outros tantos. No match entre Topalov-Kramnik (2006) de 16 partidas (12 + 4 do tiebreak) não houve se quer um jogo onde não tenha se jogado 1.d4! E isso é uma frustação para muitos enxadristas que desde que começam a jogar sempre houvem que 1.e4 é o "melhor". O que diria Fischer, que certa vez ao comentar o potencial de seus jogos, disse que 1.e4 deveria ser proibido pela quantidade de vantagem que isso trazia às brancas!!! Mas, nesse encontro sabíamos que Anand era amante de 1.e4 e sempre disse que era o que mais lhe agradava. De 6 partidas de brancas, Anand só jogou uma vez 1.e4! As outras cinco foram 1.d4 (Kramnik completou com as seis com 1.d4). Muitos mestres concordam que 1.d4 é sempre uma abertura que propicia um Q em comparação a 1.e4. Mas, até para muitos desses mestres há dúvida do que seria esse "Q". A abertura do peão do rei realmente pode levar a posições onde tanto brancas, quanto negras, poderão ser muito agressivas (Exemplo: Ruy Lopez para as brancas e Siciliana para as negras) e 1.d4 "levaria" a posições mais posicionais (ou até mesmo táticas). Nisso divergem muitos... O terceiro ponto pode ser dividido em dois lados. De um, Kramnik que fez uma atuação pífia, iniciando com uma abertura simples e pouco produzindo na maioria das partidas seguintes. É claro que teve destaque a partida 9 e 10 de Kramnik, mas já era tarde demais. Do outro, a bela atuação de Anand que conseguiu levantar muitas áreas para análise. Uma delas na famosa Saemisch. Bem, aqui fica o meu obrigado a todos que acompanharam, aqui no blog, as matérias de cada partida. E estaremos sempre, dentro do possível, divulgando as notícias do Xadrez no Brasil e no Mundo. Continuem visitando!
Obrigado!
Jean Monteiro
Xadrez = Arte
"A vida é uma eterna partida de xadrez. Quando a gente não tem a iniciativa A oportunidade passa e você perde a vez."
