Pesquise no Blog "Diante do tabuleiro, a mentira e a hipocrisia não sobrevivem por muito tempo. A combinação criadora desmascara a presunção da mentira, os impiedosos fatos que culminam no mate, contradizem o hipócrita." - Emanuel Lasker - Xadrez é vida, é sorte, é azar. É jogar, se esconder, se divertir, rir, mentir, suar, matar, capturar. Com o xadrez aprendemos a ser felizes; com ele, podemos aprender a viver; ganhamos, perdemos, mas JOGAMOS; para um grande enxadrista não basta apenas JOGAR, mas é necessário GANHAR! Como Kasparov sempre dizia: o mestre só se torna um mestre a partir de mil derrotas e meia vitória, pois assim ele aprende a ter dignidade e ser capaz de ver os lances, prever os lances. Um mestre só se torna um mestre quando obtêm mil derrotas pensadas, mas ele se torna um burro quando não quer pensar e para de jogar.

Xadrez = Arte

Xadrez = Arte
"A vida é uma eterna partida de xadrez. Quando a gente não tem a iniciativa A oportunidade passa e você perde a vez."

Vídeos

Milton Matone nos envia vídeos inéditos de torneios, mestres e demais eventos de xadrez. Postados no Youtube formam uma verdadeira biblioteca visual enxadrística.
Veja os vídeos

sábado, 30 de agosto de 2008

Cortina de Fumaça I Parte

As próximas postagens serão dedicadas ao Grande Crisolon.
Principais conquistas:
Mundiais: Espanha 2000, Turquia 2002 e Índia 2006.
Pan-americano: Chile 2004 e São Paulo 2006.
Conquistas: campeão brasileiro em 1989, 1991, 1993, 1997 e 1999.
A mais recente: classificação para a Olimpíada 2008, na Grécia.
Olimpíadas: Laguna 1994 e Polônia 2000.


Crisolon é deficiente visual.
Fonte: CBX

Cortina de Fumaça

I

“Quando a luz antecipava o meu caminho, eu vivia a ilusão concreta da verdade. Andava por vales e montanhas e atravessava o riacho que corta minha aldeia sem nunca me preocupar com o passo seguinte. Minha trajetória no mundo se desenhava antes mesmo de eu tirar os pés do chão.

Quando a luz se foi, envolta pela escuridão da noite em meus olhos, não entendi. Num instante, era preciso reinventar o mundo que a claridade me falseara, o tempo todo, sem que eu percebesse. Mais que isso, contando sempre com o credo de meus olhos para aquela farsa que, diante de mim, se desmanchava sem razão aparente.

Passei então a medir cada um de meus passos, antes de arriscá-los. E, deste furtivo cálculo, percebi, para meu espanto, que a verdade da luz não continha em si o dom da plenitude. Do contrário, meu Deus, meus novos passos, ausentes da luminosidade de outrora, não se aproximariam do prumo como fazem agora. Nem meu espírito renasceria nas sombras, onde vivo desde então.

Pois justamente nas sombras revelou-se a verdade que me faz trilhar os mesmos caminhos por onde eu havia passado com outras passadas, outras percepções. Ouço o canto dos pássaros enquanto ando pelos vales e montanhas. E o canto igualmente belo das lavadeiras às margens do riacho de minha aldeia.

Justamente nas sombras revelou-se a verdade que me habitava imemorialmente, reclusa e oculta, e que me desviou do caminho da luz para me refugiar na peremptória escuridão do caminhar.

Justamente nas sombras revelou-se uma universal e indivisível, contraditória verdade cega que me faz caminhante”.

(Anônimo italiano do Século XVI)