Pesquise no Blog "Diante do tabuleiro, a mentira e a hipocrisia não sobrevivem por muito tempo. A combinação criadora desmascara a presunção da mentira, os impiedosos fatos que culminam no mate, contradizem o hipócrita." - Emanuel Lasker - Xadrez é vida, é sorte, é azar. É jogar, se esconder, se divertir, rir, mentir, suar, matar, capturar. Com o xadrez aprendemos a ser felizes; com ele, podemos aprender a viver; ganhamos, perdemos, mas JOGAMOS; para um grande enxadrista não basta apenas JOGAR, mas é necessário GANHAR! Como Kasparov sempre dizia: o mestre só se torna um mestre a partir de mil derrotas e meia vitória, pois assim ele aprende a ter dignidade e ser capaz de ver os lances, prever os lances. Um mestre só se torna um mestre quando obtêm mil derrotas pensadas, mas ele se torna um burro quando não quer pensar e para de jogar.

Xadrez = Arte

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"A vida é uma eterna partida de xadrez. Quando a gente não tem a iniciativa A oportunidade passa e você perde a vez."

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

André Diamant: Um exemplo de maestria

G.M Brasileiro quebra recordes e tem tudo para ir longe...

Por Kelly de Souza

Esqueça o elemento sorte. Assim como no tabuleiro, a bemsucedida carreira do enxadrista André Diamant é resultado de estratégia, tática e inteligência. Aos 19 anos, o jovem deu um xeque-mate nas dificuldades e passa a compor o seletíssimo grupo de esportistas com o título de Grande Mestre Internacional (GM), da Federação Internacional de Xadrez (Fide), façanha conquistada por somente outros sete brasileiros. Vencedor de importantes campeonatos, como o Paulista, o Pan-Americano e o Brasileiro Absoluto de Xadrez, diz que não para por aí: quer estar no topo com os melhores do mundo. Para isso, disposição e paciência são peças fundamentais. Entre inúmeras viagens, treino, faculdade, ele divide seu tempo com os preparativos para o breve casamento e o pequeno Isaac, o filho de oito meses. “Em algum momento da vida, achei que era louco, porque matematicamente não dava para conciliar. Agora, levo a coisa numa boa e no fundo todo mundo é louco, cada um com a sua própria loucura”, brinca. De ascendência judaica, Diamant disputa suas partidas usando o quipá, mas, no dia a dia, afirma que não dispensa o boné. “Gosto de usar em respeito à minha religião, mas as pessoas dizem que dá sorte”, descontrai.

E não foi só o vestuário característico que teve papel fundamental em seu sucesso. Depois de aprender os primeiros movimentos do tabuleiro com a irmã e o pai e de receber aulas particulares, aos 8 foi treinar no clube A Hebraíca, de São Paulo, que o assiste em sua carreira. Aos 11, recebeu o patrocínio da entidade para um estágio em São Petersburgo, na academia de Alexander Khalifman, um dos melhores enxadristas do mundo. “A ida para Rússia deu um salto em qualidade que o diferenciou de sua geração, ele passou a ter um desempenho muito superior. Apostar em um talento é sempre uma incógnita, porque a gente nunca sabe se vai chegar lá. O André realizou muito mais rápido tudo o que poderíamos desejar”, comemora José Luiz Goldfarb, então, diretor cultural do clube e padrinho do enxadrista no esporte. Nem sempre as coisas foram fáceis. Filho de pais separados, André Diamant foi morar com o pai em Jericoacoara, praia do litoral do Ceará, o que o afastou do xadrez dos 13 aos 15 anos. “Cheguei a pensar que ia parar, estava na vida boa, na praia. Mas, com 16 anos, voltei para São Paulo com o incentivo do Zé Luiz”, conta. Um ano depois, já era Mestre Internacional. Outro grande desafio foi enfrentar a falta de incentivo que o jogo recebe no Brasil. “Tenho vontade de fazer algo pelo xadrez brasileiro em comunidades carentes e levar o esporte a crianças que não têm normalmente essa oportunidade”, explica. Zé Luiz Goldfarb endossa a opinião do enxadrista e diz que para formar um campeão, além do próprio talento, é preciso financiamento e estrutura social. “O xadrez é um desafio à inteligência humana, talvez o mais abstrato, refinado em termos de lógica e raciocínio, além de instrumento eficiente para melhorar a educação”, garante.

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