"Eu só procuro um único título”! Pillsbury.
O xadrez é um jogo mortal! O fio condutor que liga o xadrez à tragédia, numa perfeita simetria do que ocorre no tabuleiro, não é o da tragédia tal como entendiam os gregos, no qual o homem assinalado pelos deuses se tornava impotente diante do destino inexorável, mas sim entendida, no puro conceito shakesperiano, como a somatória dos atos irrefletidos dos seres humanos, que no tabuleiro os fazem sucumbir ao xeque-mate e na vida podem levá-los à morte ou à loucura. Este foi o caminho seguido pelo americano Harry Nelson Pillsbury, morto aos 34 anos, o único enxadrista que poderia ter tomado o título de Emanuel Lasker, antes do advento de Capablanca. Os seus resultados contra Lasker sustentam este ponto de vista: 5 a 5 e quatro empates. Foi o melhor resultado contra Lasker conseguido por qualquer jogador, antes de 1914.
Pode-se justapor graficamente a breve curva de sua vida à curva dos seus êxitos. Tal como o general de Épiro, Pirro que exclamara, desesperado, depois de uma vitória sobre os exércitos romanos, no qual perdera uma grande quantidade de soldados e elefantes: "mais uma vitória como esta e estarei completamente perdido"! Pillsbury poderia, refletindo-se no espelho de Dorian Gray, fazer a mesma afirmativa! O magnífico sucesso em Hastings, 1895, onde superou os principais jogadores da sua época, de forma convincente, incluindo Lasker , Steinitz, Tschigorin e Tarrasch, o levou ao supertorneio de São Petersburgo, 1896, na Rússia, e as conseqüências deste torneio originaram a sua morte, oito anos mais tarde.
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